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Gestão de riscos de desastres e a pandemia do coronavírus na Amazônia

Atualizado: 5 de out. de 2021

Por Dra. Milena Marília Nogueira de Andrade



A gestão de riscos e desastres no Brasil de acordo com a Lei 12.608/2012, que institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, possui dentre suas diretrizes integrar-se com outras políticas à exemplo do ordenamento territorial, do desenvolvimento urbano, do meio ambiente e da saúde. Embora existam avanços com relação a inserção da temática dos riscos nas ações da gestão do território, a integração com a área da saúde passa por um momento histórico de reflexão por conta da pandemia do coronavírus. Dada a extensão continental do nosso país, a complexidade aumenta com as diferenças regionais de desenvolvimento do nosso território. Nesse contexto, é pertinente perguntar: qual o panorama da gestão do risco de desastre da pandemia no coronavírus na Amazônia?

Antes de explanar sobre o tema, é importante pontuar de forma breve algumas definições de acordo com as terminologias do escritório das Nações Unidas para Redução de Risco de Desastre. O risco de desastre refere-se a perdas potenciais de vidas ou bens materiais em um sistema, sociedade ou comunidade em um determinado tempo proveniente de um desastre. E, o risco é entendido como o resultado do produto da exposição, da ameaça e da vulnerabilidade (UNISDR, 2015).


Fonte da figura original: https://www.preventionweb.net/risk/disaster-risk


A ameaça é um evento de origem natural (p.ex. geológica, biológica) ou antropogênica que pode causar danos potenciais a algo ou alguém, enquanto a exposição refere-se ao número de pessoas ou infraestrutura sujeitos a perdas potenciais (UNISDR, 2009). E por fim, a vulnerabilidade, apesar de ser um conceito com amplo debate e definições, pode ser simplificadamente entendida como as características das pessoas ou do local que são susceptíveis aos danos.


A ameaça biológica do Covid-19 teve seu primeiro caso no Brasil em fevereiro de 2020, e, rapidamente, atingiu os estados da Amazônia (MS, 2020).