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GeoMamas: carta aberta à comunidade nas geociências

Em especial às chefias de instituições e empresas públicas e privadas.


Pela flexibilização imediata das regras de retorno a atividades presenciais para bebês e crianças não imunizadas, gestantes, lactantes, pessoas de grupos de risco para Covid-19 e suas/seus respectivas/es/os cuidadoras/es.



Prezada comunidade,


Passados dois anos do início da pandemia de COVID-19, com o avanço da vacinação na população brasileira e mundial, e a queda do número de infecções e mortes pela doença, é chegada a hora de remanejar e adaptar as rotinas presenciais. Entretanto, dado o retorno compulsório, amplo, geral e irrestrito que ora se impõe por grande parte das instituições, apresentamos, com nossos cumprimentos cordiais, algumas considerações acerca dos riscos para bebês e crianças não imunizadas, gestantes, lactantes, pessoas em grupo de risco e seus/suas respectiva/e/os cuidadora/es.


Tendo em vista a flexibilização ou mesmo descarte das normas de segurança com vistas a uma possível declaração da COVID-19 como endemia no Brasil (1), ação que ocorre à despeito da opinião contrária de cientistas e sem articulação nacional – mesmo com o apoio do governo federal ao fim das regras de distanciamento social – queremos manifestar nossa discordância e a defesa de flexibilização quanto à obrigatoriedade geral do exercício de atividades presenciais.


Embora a vacinação de crianças maiores de 5 anos esteja em curso, a falta de previsão para o início da imunização de crianças menores, com e sem comorbidades, mantém suas famílias em risco, já que elas podem transmitir o vírus dentro e fora da comunidade escolar. Nesse contexto, é especialmente preocupante a realidade do deslocamento para o trabalho e escola em transportes coletivos, que confere maior risco de contágio às famílias com dependentes não vacinados e pessoas em grupo de risco.


Mesmo que crianças adoeçam menos, e menos frequentemente desenvolvam formas graves da COVID-19, nossa maior preocupação decorre do fato de que a taxa de mortalidade do início da pandemia no Brasil até o fim de 2021 contou uma morte de criança entre 5 e 11 anos a cada dois dias (2). Perguntamos então: a cada dois dias, quem garantirá que essa morte não será de um/a filho/a/e seu? E como conviver com essa pressão?


Considerando os últimos boletins e notas técnicas publicadas pela FIOCRUZ e pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização do Governo Federal, além de decretos nacionais, citamos ainda: